domingo, 6 de maio de 2012

Felicidade Parasitária




Comumente ouvimos desabafos de pessoas acerca da tal famigerada infelicidade. Hoje tão comum e corriqueira, que já há quem veja a felicidade como uma utopia – algo pueril que encontra significado apenas no terreno do passado. Imaginar a felicidade em tal perspectiva é preocupante, pois nos coloca em uma situação cômoda de consternação, que para nada serve.
Lembro que alguns dias atrás, em conversa com professores, um deles se viu preocupado com a questão de algumas gravações realizadas em sala, que muitas vezes têm por objetivo prejudicar o professor. Quando na possibilidade de se editar o material a bel-prazer do discente. E ele comentou sobre um argumento que costuma utilizar regularmente, onde explica que a durante a gestação a criança nada mais é que um parasita, lógico que pela questão de ser um corpo estranho e por ser hóspede em outro organismo. Claro, isso é no âmbito biológico que serve como explicação didática, nada mais – porém, é compreensível o susto ou pavor de uma gestante ao se deparar com tal verbalização, pela simbologia que é coerente com o momento vivido. É uma questão de contexto, e acredito que compreender a felicidade pede a mesma lógica.
Pela fatalidade da modernidade que concebe a infelicidade como sendo um dos sintomas da nossa recorrente crise existencial coletiva, compramos a idéia! Mas e se considerarmos que essa felicidade fugaz como sendo algo artificial? Acredito que a felicidade hoje discutida tem natureza abreviada pelo simples fato de não estar em nós, todavia que comumente observamos uma felicidade cultivada além eu, como que em um padrão parasitário. Hoje nos acostumamos a sonhar os sonhos dos outros e como inquilinos, esquecemos que certos relacionamentos, não duraram mais que uma boa temporada.

 Ao consideramos a felicidade como resultante de um esforço individual e introspectivo, poderíamos de fato, encontrar uma felicidade real, não perfeita, pois a perfeição nada mais é que a própria felicidade utópica... Algo que foi criado como um subterfúgio no campo dos relacionamentos. E tal tarefa é complicada, pela própria dinâmica parasitária, não percebemos o hospedeiro, só podemos desconfiar de sua existência quando na análise de sintomas e comportamentos, logo, cabe a você se questionar a natureza do seu relacionamento, se real ou parasitária, nunca se sabe. O que é certo é que tudo aquilo que cultivamos no terreno dos outros jamais será nosso por direito.

2 comentários:

Anônimo disse...

Verdade , a felicidade é muito individual , esta em querermos e cultivarmos bons sentimentos .E saber que ela esta nas coisas mais simples e não depende de ninguem apenas de Você mesmo e das escolhas que fizer.
Saudades de te ler , tem que tirar mais tempo pra escrever hein.
Bjão de Poa!!!!

estrela disse...

Olá Robson!!!
Que lindo.....esse é o verdadeiro sentido da vida, ser FELIZ!!!!
Tão perto de cada um, mas, que por vzs deixamos longe de nosso alcance, por querermos o impossível!!!
Adorei como sempre!!!
Boa quarta....
Bjs